terça-feira, 20 de agosto de 2013

Estão-me a tramar e eu a ver....

Eu para I., um homem sentado no escritório: É o senhor o chefe hoje de tarde?
Ele levanta-se fazendo suspense: Você não foi informada, mas já deveria ter sido. Eu agora sou o chefe-número-dois. Quando a senhora H. não está cá, sou eu o que manda.
Eu: Mas é o senhor o chefe da tarde ou não? É que...
Ele interrompendo-me e continuando o raciocínio que pensava que eu não tinha entendido: Sou eu que fico no lugar dela.
Eu: Mas é o não é? É que mesmo sendo o chefe pode ser o senhor E., a senhora K. ou a senhora M. o/a chefe da tarde. É o senhor ou não?
Ele, finalmente: É a senhora K.

O palhaço estava a armar-se aos cágados quando eu só queria saber qual era o meu trabalho e para isso eu tenho que falar com o chefe de turno, independentemente de quem é o chefe da filial, o número dois ou o número trinta e três.
Mas não deve ter gostado disso, porque agora resolveu perseguir-me...

Quem fica responsável pela secção dos frescos tem que vestir uma t-shirt verde. Paneleirices que já me deram umas quantas dores de cabeça. No primeiro dia em que eu devia usar a t-shirt a chefe começa aos berros comigo às 6h da matina... porque é que eu não tinha a t-shirt vestida? Eu levantei-lhe a voz (sem ultrapassar os limites aceitáveis) e disse-lhe que nunca me tinham dado uma t-shirt, melhor, que eu só tinha visto uma t-shirt dessas uma única vez em três meses só porque a minha colega tinha a t-shirt normal suja. Foi-me buscar uma camisola de manga comprida e de um número justo. Voltei-me a passar. Quem é que consegue andar a cozer pão e a correr de um lado para o outro de camisola de manga comprida durante oito horas?!?! Eu não. O calor sempre me fez passar mal. Sou daquelas que sua só por ir à cozinha buscar um copo de água...
Ela deixou-me trabalhar sem a camisola nesse dia. Eu, pelo sim, pelo não, fui ao médico pedir um atestado para me defender daqueles loucos.

Entretanto a ditadora arranjou uma solução: cortar as mangas da camisola (a minha mãe é que teve que acertar as mangas com a máquina de costura!!!!!). Pronto... arrumei o atestado médico.

No Sábado fui trabalhar  e levei a t-shirt azul, pois o meu nome não estava escalado para os frescos. Quando cheguei lá o chefe de turno estava a pôr-me para os frescos e eu disse-lhe que não pois não estava escalada nem tinha a t-shirt verde. Ele disse que não havia problema, mas que precisava que eu fosse dos frescos porque a escala estava mal feita (como tanta coisa naquele supermercado!!!!).
Lá fui eu à minha vida. Se estava bem para o chefe de turno, estava bem para mim.

Lá vem o palhaço do I: Senhora A., você é dos frescos?
Eu: Sou.
Ele, num tom de nariz empinado: Porque é que não tem a t-shirt? Você sabe que tem que usar a t-shirt.
Eu: Não trouxe a t-shirt porque não estava escalada.
Ele: Tem que ter a t-shirt no cacifo.

Eu nem respondi. O cacifo é microscópico. Se eu uso a t-shirt tenho que, pelo menos arejá-la para o dia seguinte, porque aquilo é uma cambada de suínos que só me deu uma t-shirt verde apesar de eu passar semanas a fio nos frescos (a sorte é que eu  sou uma pessoa limpinha, tomo banho todos os dias e uso sempre uma t-shirt por dentro que não deixa que a t-shirt de fora fique com odores, porque é impossível lavar a t-shirt de Segunda para Terça, de Quarta para Quinta...). Se não estou escalada simplesmente deixo a t-shirt em casa para arejar ou lavar mesmo. Estarei errada?!?!?

Ele continua: Mas há t-shirts na sala dos empregados.
Eu: Não há. Só há camisolas de manga comprida e eu não trabalho com camisolas de mangas compridas porque passo mal.
Ele: Mas  TEM que usar.
Eu: Eu tenho um atestado médico e já falei com a senhora H. (a verdadeira chefe daquele boteco).
Ele: Onde está esse atestado? Se não está aqui...
E ficou-se por aí, num tom de ameaça como que eu tivesse medo de um homem com menos 10 cm de altura e 20kg mais magro do que eu....
Eu fui ao cacifo, peguei no telefone e disse à minha mãe para me levar lá o atestado.

Passado um bocado apresenta-se a minha mãe com o papel e eu fui levá-lo ao I, o chefe-número-dois. O chefe de turno da tarde (que se despediu por estar farto daqueles loucos todos) estava deliciado com o facto de eu fazer frente ao parvalhão.

O chefe-número-dois vira-se: E como é que você vai fazer no Inverno?
Eu: Se precisar, uso t-shirts também.
O otário não conseguiu ler o texto que dizia que eu deveria usar roupa fresca até a roupa de Inverno ser substituída, não era até ao Inverno!

Pronto... O chefe da tarde lá foi fazer uma cópia do atestado e eu pensava que estava tudo resolvido.
Quando eu olho para o lado e vejo cabrão do I., o cagão do chefe-número-dois, a analisar o plano a ver se eu estava a mentir em relação à escala.

Eu não lhe fiz nada e este estúpido anda a tentar tramar-me?!?!? Mas porquê?!?! Mas por que raio é que tem que haver sempre um otário filho da mãe no trabalho das pessoas?!?!

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